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Porque de Gay e Louco todomundo tem um pouco!!!

sábado, 28 de maio de 2011

Sempre que toca música DISCO (Sabe aquela dos anos 70, dancin' days). Então, sempre me perguntei porquê diabos ela sempre é identificada conosco.
Pesquisei e conversei com amigos mais velhos, muitos que viveram naqueles anos insanos que foram os anos 70.
É muito simples a Disco Music surgiu nos EUA no inicio dos anos 70, por volta de 1973/1974 e com ela trouxe um novo jeito das pessoas se comunicarem e interagirem, as DISCOTECAS. Até essa época tirando os grandes shows e festivais surgidos nos anos 50 e consagrados nos 60, as pessoas se relacionavam a música de maneira diferente. Bem diferente de hoje, que vamos à uma boate e dançamos horrores, ou seguimos trios elétricos por ai ou gritamos horrores em shows, até a década de 1940 haviam dois tipos de música a erudita e popular, até ai sem novidades. No entanto a diferença entre as duas era monstruosa, o clássico, não mudou muito, ainda o público vai e aplaude rigorosamente nos teatros, mas a música popular era então vista com maus olhos, isso tanto no Brasil como no exterior.
Por exemplo, nosso samba demorou a pegar apenas na década de 30 passou a ser aceito e mesmo assim com desconfiança, os ritmos cubanos como a rumba e conga eram vistas como indecentes, até do engomadinho tango tinha-se desconfiança.
Quando falo em descofiança falo das elites e classes médias, pois o povão sempre se jogou de cabeça e alma na música.
Até os anos 40 ir dançar é coisa de mulher e mesmo assim sempre acompanhada, jamais só, homem dançar sózinho, nem pensar podiam achar que era transviado (termo antigo para designar homem homossexual).
Então veio o twist e logo depois o Rock nos EUA e com ele os shows e bailes, os jovens passavam a dançar, mesmo assim ainda acompanhados, até que chegou a década máxima, 1960 e todas as transgressões culturais possiveis.
Veio a cultura hippie, o rock psicodélico, tudo isso lá fora, por aqui ditadura pesada e sobre ela a fase mais genial das nossas artes (música, artes plásticas, dança, teatro, cinema), surgiam por aqui os grandes festivais, Jovem Guarda, Tropicália, Cinema Novo e AI5 que tentou calar tudo isso.
Bem após toda mudança de comportamento causada pelas duas décadas anteriores (50 e 60), a década de 1970 veio pra abalar e consolidar tudo aquilo.
Você está se perguntando, putz onde ele quer chegar???
Durante toda a década de 1960 o movimento gay foi tomando corpo nos EUA e na Europa capitalista, até que aconteceu a Batalha de Stonewall em Nova York no ano de 1969, pois bem, esse era o último ano de uma década transgressora e o que aconteceu com os gays no EUA motivaram outros homossexuais pelo mundo, mas de maneira mais lenta, como por lá também não se iludam que tudo foi brilho, mas com a criação da música disco que é uma continuação do R&B com o funk, enfim com estouro da música negra por conta Motown, culminou na disco e suas discotecas, espaços livres em que as pessoas pagavam a entrada como num cinema ou teatro e podiam dançar ao som de uma nova figura o Deejay (DJ), um cara que comandava os toca discos (pick ups).
O que era apenas mais um local para dançar em pouco tempo passou a ditar um novo comportamento entre as pessoas e rapidamente se espalhou mundo afora, até por aqui em pleno anos de chumbo as discotecas teriam seu brilho.
Agora sem se preocupar as pessoas dançavam sozinhas e quanto melhor a performance melhor. E o que isso tudo tem a ver com os gays?
Pela primeira vez nós nos misturávamos no meio e nos acabávamos na pista, e muito, além disso, com a mudança de comportamento a moda se tornou unissex, sendo assim a relação entre o masculino e feminino deixou de ser tão absurda.
A década de 70 trouxe a androgênia com ela e as primeiras boates gays ainda discretas, mas sem tanto "pano" pra esconder. Pra todos os efeitos eram discotecas, além disso, a década marcou pra sempre o nome GAY que inglês quer dizer ALEGRE.
No caso do Br
asil esta foi uma década de começo no escuro, enquanto nos EUA e Europa os gays saiam às ruas, criavam grandes boates, aconteciam na cena das discotecas, aqui tudo ainda engatinhava...

··... Errado, o movimento gay por aqui sim tomou caminhos diferentes, por vivermos uma situação diferente, um triste ditadura militar que nos impedia de tudo, tínhamos outras prioridades, entre elas tornar o país democrático, sem contar o fato de que não existia de fato um movimento gay no Brasil, eram mais grupos unidos e homossexuais que se assumiam ou desafiavam a cultura.
O Brasil não passou em branco, nesta surgiram os Dzi Croquettes que revolucionaram com sua androgênia e quase que simultâneo os Secos e Molhados surgiam com as performances de Ney Matogrosso, e durante toda a década o Brasil foi sendo desafiado.
Outro grande fator eram as letras da disco, músicas alegres, libertarias ou você acha que cantar "Its Raining man, alelui" era algo banal?
O surgimento de grupos como os Village People que faziam gozação com simbolos de virilidade como o operário, policial, cowboy e outros era brincadeiras, isso fez na época os gays se identificarem e foi mudando o comportamento no geral.
Passada à era disco já nos anos 80 e depois, e estilo passou a ser identificado aos gays, devido à toda essa euforia e empatia do público gay com a música disco.
Na década de 1970 Nova York e São Francisco concentram as principais discotecas do mundo e são o centro dos movimentos gays dos EUA, alías foi nessa década que surgiu nosso símbolo maior a bandeira de 6 cores, fosse no bairro Cortez em São Francisco ou no Village em NY, o movimento gay agia e como hino I Will Survive (Eu sobreviverei) de Gloria Gaynor, foi a década que mais divas produziu para os gays, de lá para cá só mudou de Diana Ross para Cher depois para Madonna e por fim Lady Gaga.
Na década de 1970 uma figura ímpar no meio gay se consagra, as drag queens, antes chamadas de transformistas e confinadas em guetos, elas ganham maior espaço.
Todo esse processo que vai da música disco e conseqüentemente as discotecas, fez com que a música Disco seja até hoje assimilada ao público gay.
Alías na década seguinte (80) tirando Dominó, Menudo (maioria gay) e o Michael Jackson, os homens pararam de dançar, só voltariam a arriscar um passinho nos anos 90 com a música dance e depois com o eletrônico, mesmo assim sem o mesmo rebolado das discotecas.
Só nós gays continuamos firmes nas pistas até hoje e quem diria, nossas baladas hoje são símbolo de alegria e dança, algo semelhante à discotecas.
Espero ter esclarecido um pouco a esclarecer.

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